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Movimento ‘Setembro Amarelo’
Autor Retina Web
Data 30, setembro, 2019
Movimento ‘Setembro Amarelo’

Ao longo dos 12 meses do ano temos muitos dias de comemorações, ótimos para reunir a família, amigos e conhecidos queridos. Mas contamos com um mês do ano que precisa ganhar mais força, e o seu incentivo é essencial, o mês de setembro. É, o 9° mês do ano vem ganhando mais força, visibilidade e uma cor específica desde 2015, o amarelo. O movimento “Setembro Amarelo” é uma campanha que ganhou destaque aqui no Brasil através do Centro de Valorização da Vida (CVV), que há 4 anos orienta, ajuda e incentiva mais pessoas a participarem oferecendo auxilio ou que procuram por ajuda, quebrando o tabu criado em cima do tema, impulsionando a conscientização popular e a prevenção.

Uma das causas mais importantes atualmente no Brasil e no mundo todo, o movimento está ganhando força, visibilidade e reconhecimento em muitas partes. Muitos artistas globais ajudam com a conscientização da campanha, o que é essencial para alcançar o maior número de pessoas, principalmente jovens. Palavras certas, no momento certo, salvam vidas.

Outra parte da história do “Setembro Amarelo” que é válido o conhecimento é como surgiu. Imagine só, antes de instituições e campanhas entrarem em campo para ensinar e dar o auxilio necessário, quantos vidas poderiam ter sido salvas.

Mike Emme, de apenas de 17 anos, era um menino cheio de personalidade, caridoso e era reconhecido pela habilidade em mecânica. O jovem restaurou um Mustang 68 e o pintou de uma certa cor: o amarelo. Ia para todos os lados com o automóvel, e ficou conhecido como “Mustang Mike”. Mas isso não salvou sua vida. Os amigos próximos, a família, ninguém notou que algo estava errado com Mike e, em 1994, se matou. No dia do funeral, os amigos dele disponibilizaram uma cesta com cerca de 500 cartões com a frase “se você precisar, peça ajuda” e uma fita amarela presa ao cartão. Além dessa iniciativa, seus pais Dale e Darlene Emme também deram início ao programa de prevenção ao suicídio ‘Yellow Ribbon’ (fita amarela, em inglês). Essa iniciativa, os cartões, se espalharam pelos Estados Unidos e muitos apoiadores abraçaram a causa, recebendo diversos pedidos de ajuda. O dia 10 de setembro foi escolhido pela OMS em 2003 como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e a cor vem do Mustang Amarelo de Mike.

A campanha conscientiza e auxilia sobre um importante fator que assola uma grande fatia da população, o suicídio. Apenas no Brasil, é a quarta causa que mais mata, principalmente os jovens, e a cada 46 minutos uma pessoa se mata. No mundo esse número é ainda mais gritante: a cada 40 segundos uma pessoa tira sua própria vida. Mais informações importantes (e tristes), 90% dos suicídios poderiam te sido evitados com ajuda e 60% dos casos foram de pessoas que não procuraram por ajuda. Essas informações chocam, mas mostram a importância de uma conversa, de uma ajuda e de entender e saber que o próximo precisa ser ouvido.

Entender que o individuo que busca por essa alternativa não quer realmente morrer, ele quer apenas acabar com os problemas, e muitas vezes sem a ajuda necessária, acaba optando por tirar a própria vida. Algumas causas que levam alguém a fazer isso são a falta de vínculos sociais e familiares, histórico, doenças terminais ou incapacitantes, desemprego, estresse continuo e mais.

Vale ressaltar sobre o mito que foi criado em cima desse problema: pessoas que buscam pelo suicídio não dão sinais. Isso não é verdade, e é raro encontrar alguém que tenha feito isso sem mostrar ao menos um alerta antes. Os sinais podem ser notados por quem é mais próximo da pessoa, que ouve desabafos, são nessas pequenas brechas que as ajudas ganham forma, e uma simples pergunta pode mudar todo o rumo da história. Detectar um problema nem sempre é fácil ou totalmente visível, mas estar atento é o primeiro passo para oferecer ajudar. Isolamento, frases sobre decepções ou até sobre morte, preocupações ou tranquilidade excessivas podem ser um sinal importante, que nem todos capturam de imediato ou passa batido.

Outro ponto que não pode passar despercebido é entender a causa e o problema por completo. Pessoas que não conseguiram se matar da primeira vez, vão tentar de novo; falar sobre o suicídio e conversar pode abrir espaço para o diálogo, incentivando o desabafo; no meio desse diálogo, você pode estar ajudando a pessoa a salvar a si mesma, evitando que ela tente algo.

Depois de entender toda a causa, os sintomas e os problemas, chegou o momento de saber um dos fatores mais importantes, que é como ajudar. Se perceber qualquer indicio o primeiro passo é escutar e entender o problema, faça ela se sentir bem ao saber que tem quem a escute, lembre-se: sem julgar, não sabemos como é estar no lugar dela. Incentivar a buscar ajuda e manter o contato são outros passos. Faça com que ela saiba que você estará lá para ajudar e ouvir, em qualquer momento. O acompanhamento através do profissional é importante para iniciar um tratamento ou entender o problema por completo, fazer com que quem sofre entenda o real problema.

O setembro amarelo, apesar de ganhar força nos últimos tempos, ainda é um pouco limitado na questão de divulgação, que gera um receio de causar o “Efeito Werther”. Esse efeito veio do livro “Os sofrimentos do jovem Werther”, do autor alemão Johan Worfgang von Goethe, publicado em 1774. O livro rendeu uma suposta sequência de mortes por jovens europeus, após o jovem Werther tirar sua própria vida no final do livro.

É importante entender e compreender que esse assunto não é mais tabu, e falar dele de forma coerente e amigável, gera incentivo de todas as partes para evitar que mais pessoas caiam nesse poço e não consigam se salvar. Gerar comoção em todos os cantos, fazer com que mais pessoas conversem, procurem ajuda, se sintam bem em conversar e não serem julgadas. Esses fatos podem salvar a vida de um amigo próximo, um familiar ou alguém que você nem conhecia, mas ao entender a causa e oferecer ajuda e solução, reverteu um problema. O fardo é pesado quando é carregado sozinho, mas com ajuda e empatia, se tornam mais leves.

Oferecer ajuda é importante, mas procurar também é. Caso sinta que está com dificuldade ou problema, procure alguém próximo ou um profissional o quanto antes. Também há o Centro de Valorização da Vida, o CVV, que atende chamados pelo número 188 e oferece ajuda para entender o que você está passando. Você não está sozinho!

Aproveitamos para listar algumas séries, filmes e livros que retratam sobre transtorno.

Filme • Garota Interrompida (1999)

O filme que garantiu a Angelina Jolie o seu primeiro Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, conta a história de Susanna (Winona Ryder), que foi diagnosticada como vítima de Transtorno de Personalidade ou “borderline”. Enviada para um hospital psiquiátrico, ela conhece um novo mundo, de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa (Angelina Jolie), uma sociopata capaz de manipular todos ao seu redor que organiza uma fuga com o intuito de retomarem suas vidas.

Filme • Geração Prozac (2011)

Baseada no livro de Elizabeth Wurtzel, a história acompanha a própria Elizabeth, interpretada por Christina Ricci. No filme, conhecemos Elizabeth que está entrando em uma nova fase, já que está indo estudar jornalismo em Havard. No entanto, apesar de um início aparentemente tranquilo e promissor na sua vida universitária, aos poucos ela vai demonstrando os sinais de depressão, e a realidade da doença vai cada vez mais piorando.

Série • Mr. Robot (2015 – até o momento)

Série produzida pelo Canal USA Network e criada por Sam Esmail, um roteirista, produtor e diretor de televisão e cinema. O personagem principal Elliot Alderson, interpretado por Rami Malek, é um hacker e engenheiro de cibersegurança que sofre de depressão e transtorno de ansiedade social. Ele luta com sua depressão e circula na questão do suicídio de forma clara, difícil e bem sensível.

Livro • Tartarugas até lá embaixo

Oficialmente lançado em outubro de 2017, o quinto livro de John Green, foi o primeiro livro com o princípio de escrever diretamente algo sobre doenças mentais. A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido, enquanto tenta lidar com o próprio transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Dados e informações: https://minutosaudavel.com.br/setembro-amarelo/#ajuda