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Como o Podcast conseguiu revolucionar o rádio?
Autor Retina Web
Data 24, setembro, 2019
Como o Podcast conseguiu revolucionar o rádio?

O podcast, programa de áudio on-line, é o fenômeno do momento. No Brasil e no mundo, os podcasts atraem milhões de ouvintes, inovam no formato, criam uma nova linguagem de conteúdo de áudio.

Segundo dados da Audio.ad, cerca de 25% dos brasileiros ouvintes de áudio digital consomem também podcasts. Porém ainda é um número pequeno se comparado aos Estados Unidos, em que o formato atinge 67% da população. 

O podcast é normalmente comparado ao rádio, por apresentar algumas semelhanças, mas que, diferente do rádio tradicional onde sua produção é feita em estúdios com equipamentos sofisticados e equipe profissional. O podcast é o produto da mídia podcasting, e pode ser produzido por uma única pessoa, apenas possuindo um computador conectado a internet e um microfone, e sem a necessidade de um estúdio. A diferença entre as mídias vai além disso, pois a tecnologia em volta do podcast dá características próprias, que serão pontuadas em seguida. 

Nos podcasts, as pessoas disponibilizam listas e seleções de músicas ou simplesmente falam e expõem suas opiniões sobre os mais diversos assuntos, por exemplo: política, entretenimento, marketing e até meditação! Podemos pensar no podcast como um blog, só que ao invés de escrever, as pessoas falam.

Com o formato de rádio, porém online, os podcasts costumam ter mais de uma hora de duração e são disponibilizados por sites ou aplicativos de celular. Ao contrário da rádio, o formato ao vivo não tem vez e a periodicidade semanal. Esse formato é mais acessível já que você pode escutar o podcast quando quiser. 

De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (Abpod) em 2018, são mais de 3000 projetos produzidos em todo o território nacional. Segundo a mesma pesquisa, os paulistas correspondem a 37% dos ouvintes no país. Aqui, vivem 80% dos apresentadores que comandam os cinquenta primeiros campeões de audiência do estudo

E é óbvio que a publicidade vai aproveitar dessa nova forma de conteúdo para vender. Nos Estados Unidos, segundo relatório anual das empresas Interactive Advertising Bureau e PwC, as receitas de publicidade em podcasts só aumentam a cada ano, passando de 34%, em 2017, para 53% em 2018, quando atingiram o recorde de US$ 479 milhões.

No primeiro trimestre de 2019, o The New York Times divulgou resultados do primeiro trimestre de 2019 com números melhores do que o esperado, ancorado por sua atuação no digital. Segundo o jornal, um dos principais motivos do crescimento foi sua divisão de podcasts, que se tornou um dos principais produtos da marca para anúncios, em especial o programa The Daily, que traz notícias do dia a dia. O jornal não divulgou dados específicos sobre os rendimentos de seus produtos de áudio.

Atualmente, os departamentos de marketing de empresas estão comprando até anúncios em podcast com antecedência. Essa tendência de publicidade no podcast não ocorre somente nos Estados Unidos. Um dos podcasts mais ouvidos no Brasil, o Mamilos, que trata sobre memes, trending topics e polêmicas da semana tem o apoio do banco Bradesco. 

CURIOSIDADE 

Sabia que um podcast australiano levou polícia a resolver caso criminal arquivado dos anos 80? 

O podcast do site The Australian, que depois de 36 anos resolveu recontar a história do casal em uma série de 14 episódios. Produzida e conduzida pelo jornalista Hedley Thomas, as reportagens por trás do The Teacher’s Pet foram realizadas ao longo de seis meses à partir de novas investigações e entrevistas com os envolvidos para recriar a situação do casamento dos dois, e entre os detalhes divulgados pelo programa, a produção revelava que Chris tinha um caso com uma aluna de 16 anos no momento em que a esposa sumiu e que ela havia se mudado para o lar da família pouco tempo depois do desaparecimento. Além disso, ele também tinha relações sexuais com outras alunas nos meses anteriores ao crime.

O sucesso do podcast levou as autoridades a refazer buscas na casa onde Lynette e Chris moravam e no bairro da amante do marido, em um escaneamento de área maior e com uso de tecnologias que não haviam sido inventadas na época do crime, além de prestar visita às pessoas não entrevistadas pela polícia na época. Embora o corpo da mulher ainda não tenha sido encontrado, o novo montante de evidências possibilitou que Chris fosse indiciado pelo possível homicídio de Lynette.

Fonte: B9